Paulo Chibanga é o diretor de Khuzula, produtor do Azgo Festival, um dos melhores festivas internacionais de artes de Moçambique. Reunindo um programa diversificado e de qualidade de música, cinema e dança para a cidade de Maputo, Azgo é uma celebração contemporânea de artes e cultura, com forte foco em artistas de Moçambique e de todo o continente africano.
Na sua caminhada, o Azgo (do inglês Let’s go) já fez desfilar artistas como Paulo Flores, Elida Almeida,Maya Andrade, Deltino Guerreiro, Azagaia, Lira, Lura, kappa Dêch, Maria Gadu, Antonio Marcos, Ghorwane, Eyuphuro, Orquestra Djambu, MiCasa, Yola Semedo, Ray Phiri, Tkzee, Oliver Mtukudzi, entre muitos outros.
Este ano, a plataforma Azgo encerra o primeiro ciclo de 10 anos initerruptos de um festival que, desde o seu início, privilegia qualidade e diversidade, pretexto para uma conversa com o seu timoneiro Paulo Chibanga que, a dado momento da sua vida, decidiu colocar as baquetes de lado e dar o seu contributo às artes.
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A filosofia mantém-se. Está no ADN do AZGO. Pelo retorno que recebemos, dá para sentir que as pessoas também já entenderam o espírito do festival. Somos um festival que é 60 por cento local e 40 internacional. Sempre criamos espaço para que os artistas nacionais e os internacionais possam interagir, criar laços e parcerias… temos o Seminário “AZGO Dialogar” para advocacia sobre o poder das industrias criativas… há objetivos claramente alcançados, mas a ideia de um Festival do mundo continua válida e é um dos catalizadores do nosso trabalho.
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Quando começamos o AZGO não havia festivais em Moçambique e eu continuo a dizer que não temos festivais na verdadeira acepção da palavra. Temos vários eventos aos quais chamamos festivais mas ainda há um longo caminho a percorrer até se transformarem em verdadeiros festivais. Veja que a ideia de trazer bandas ecléticas, emergentes ou nem tão conhecidos, para os palcos do nosso festival, no início não foi bem percebida mas com o tempo as pessoas foram captando a essência do que estávamos a propor. O AZGO é um evento de descobertas também.
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A pergunta remete-me, à partida, ao próprio nome… Azgo… significa “vamos fazer alguma coisa”. Na altura, quando começamos, eu já tinha uma bagagem internacional de participação em festivais pelo mundo fora – com as bandas 340 ml e Tumi – e tinha percebido que os festivais não se destinavam apenas à música. Por isso mesmo, quando começamos em 2011, em formato pequeno no Mafalala Libre, já estava claro que queríamos criar pontes de intercâmbio cultural, criar oportunidades para os artistas e o público…