Banda moçambicana formada em 1983, Maputo, em Moçambique. O nome de baptismo do coletivo foi inspirado num pequeno lago, também em Maputo, que nunca seca, mesmo na época mais quente. Com um percurso marcado pelo activismo cívico e pela consciência crítica, os Ghorwane afirmaram-se contra a estagnação artística do panorama artístico moçambicano, cantando em diversos dialetos do seu país.
Em 1985, por altura da comemoração dos dez anos da independência de Moçambique, o presidente Samora Machel classificou-os como “bons rapazes” e o epíteto haveria de ficar com eles para os anos seguintes.
Em 1986, os Ghorwane gravaram uma série de canções de contestação à guerra e ao militarismo do regime e, de entre essas, o tema “Massotcha” ganharia amplo destaque nas tabelas de vendas, chegando ao primeiro lugar do mercado moçambicano nesse ano. A onda de contestação política em torno da banda cresceu mas o presidente Samora Machel voltou a defender os seus “bons rapazes” e convidou-os a tocarem no aniversário do seu casamento, pouco tempo antes do falecimento do presidente.
No ano seguinte, a banda teria a sua primeira atuação internacional, no festival de independência da Suazilândia, ao lado de bandas sul-africanas como os PJ. Powers e os Stimela. Conseguindo algum destaque junto dos admiradores da world music, viriam a ser convidados por Peter Gabriel para tocarem no certame WOMAD, em 1990. É durante esse festival que a etiqueta Realworld, de Gabriel, lhes sugere a gravação de um CD. Majurugenta mereceria ampla promoção em Moçambique e na Europa. Contudo, antes da partida para a digressão promocional do disco nos palcos europeus, o saxofonista e compositor Zeca Alage, um dos mais carismáticos membros do coletivo, é assassinado. A banda decide fazer a tournée para promover o disco, em homenagem ao malogrado companheiro.
Em 1994, os Ghorwane escrevem a música da série Não É Preciso Empurrar, sob a direção artística de Karen Boswell e com textos de outro nome grande da cultura moçambicana, o escritor Mia Couto. A série educativa conheceria grande sucesso e estabeleceria definitivamente os Ghorwane como um dos projetos mais relevantes da música moçambicana.
Mantendo uma agenda de espetáculos bastante preenchida, a banda não deixou de manter uma certa regularidade nas gravações de estúdio. Em 2000, na sequência das dramáticas cheias que assolaram o território moçambicano, os Ghorwane integram o projeto Mozambique Relief, com o intuito de produzir um CD cujas receitas de vendas beneficiariam as vítimas da catástrofe. Em 2005, a banda gravou um álbum de homenagem a Zeca Alage.
A banda continuou com as gravações de suas músicas onde veio o álbum “kukavata” com um total de 11 faixas.