Roberto Chitsondzo é professor, músico, compositor e intérprete. De nome completo Roberto Maximiano Chitsondzo, nasceu a 9 de Agosto de 1961, na Cidade João Belo (actual Xai-Xai), Província de Gaza. No íntimo da família, em dias de festa, teve o privilégio de escutar Gramafone que era acompanhado por um Acordéon tocado pelo seu avô, Madrumane. Esta identidade familiar, as músicas ouvidas na Rádio, a participação no coro da Igreja Católica e a figura de Zeburane (Eusébio João Tamele), que cruzava defronte a sua casa com a sua viola a caminho do seu labor, fizeram, ainda na adolescência, a base musical de Roberto Chitsondzo. Ainda no seu solo natalício, com a sua juvenilidade, fez parte de algumas bandas como The Good Show e Stop e teve o apanágio de tocar em algumas casas nocturnas. Como um peregrino buscando um lugar de auto-realização, chega a Maputo, depois de passar por diferentes províncias de Moçambique.
Em 1977 sob o convite de Alexandre Mazuze, Roberto Chitsondzo participa de vários espectáculos em colossais casas de música como corista em Maputo. Anos depois, grava as suas primeiras composições.
Em 1980, a sua música é eleita para abrir os programas da Rádio de Moçambique que tinham como objectivo falar do Recenseamento Geral da População. Este facto lhe permite gravar uma música na Rádio Moçambique acompanhado de uma banda.
Em 1984, acompanhado de Simião Mazuze e Pedro Langa, que nesse período integravam a banda Xigutsa Vuma, grava a sua música «Xizambiza» (Prémio Presença do Jornal Notícias).
Sob a mão de Pedro Langa entra na banda Ghorwane. Com Ghorwane ganha maturidade musical e chega ao apogeu com a gravação do disco Majurugenta (1993), Kudumba (1997) e Vana Va Ndota (2005). Ghorwane, com a sua musicalidade torna-se um azimute da Música Moçambicana no panorama do World Music. Numa feição intercalar, com Ghorwane, em 1994, grava Não É Preciso Empurrar que visava apelar ao cidadão moçambicano a exercer o seu direito de cidadania: «o direito a eleger e ser eleito». Com o disco Mozambique Relief, no ano 2000, Ghorwane apela a solidariedade que deve existir no povo moçambicano em momentos de alvoroços naturais e humanos que perturbam o crescimento de Moçambique.
Sem separar-se do Ghorwane, numa careira em nome próprio, como forma de indagar e experimentar outras estéticas musicais, faz combinações harmónicas onde a Música Religiosa se mescla com a Música Tradicional e o Pop. O exemplo dessa prática é a realização de espectáculos com alguns elementos do Majescoral (Maputo Jazz & Spiritual Choir) e com o grupo coral da Igreja Wesleyana. Inspirando-se na obra Urgias dos Loucos, de Ungulani Ba Ka Khosa, escreve a música – trilha sonora – «Wachukuvala» para o filme A Solidão do Senhor Matias. Nessa busca individual partilha o palco, na Europa, com Maria João & Mário Laginha. Assume que é inspirado, musicalmente, por Ray Lema, que já teve a opurtunidade de abrir um dos seus concertos na Europa.
Actualmente, com trinta anos de careira, acredita estar a enveredar para uma nova musicalidade. Participa anualmente no WOMEX (World Music Expo), onde partilha a sua experiencia musical com objectivo de deixar uma estética sonora mais alicerçada no brilho da identidade moçambicana. A música Vana Va Ndota, resume toda sua mensagem musical, pois nela se vinca o modelo de história que se deseja para o crescimento da humanidade e da moçambicanidade.